sexta-feira, 26 de maio de 2023

Do sono

 

Invento o sono,

Invento a ausência do sono,

E semeio-os nesta pequena folha em papel,

Invento o sono,

Invento o silêncio do sono,

Quando a insónia pertence ao nada…

 

Dos círculos mortos,

Faço uma jangada,

Passeio-me pelas ruas…

Acreditando que sim,

Ou que não,

E não quero saber…

 

Invento o sono,

Desenho-o nos meus lábios,

Escrevo-lhes pequenos pedaços de solidão…

Depois,

Depois a cancela da noite,

Abre-se,

E todos os animais são livres,

 

Do sono,

Dentro do sono.

Invento o sono,

Talvez apenas algum do sono,

Escrevo-lhes,

Atiro-lhes com pedras…

E desenho-os na face da paixão.

 

 

 

Francisco

26/05/2023

Sem comentários:

Enviar um comentário