Enquanto essa ribeira
Arde na floreira da tarde
Um pedacinho de silêncio
Voa sobre a montanha
Um pedacinho de mar
Vai à janela da manhã
E desenha beijos no areal
E a ribeira em labaredas
de solidão
Abraça-se aos primeiros pedaços
de geada
Que acordaram junto à amendoeira
Enquanto essa ribeira
Experimenta as lágrimas
das pequenas estátuas…
Os barcos rompem porta
adentro
E libertam-se todos os
monstros
E fogem todos os
fantasmas
E morrem todas as sombras
Envenenadas pelo desejo
Alijó, 2/04/2023
Francisco
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