domingo, 12 de fevereiro de 2023

Maquinação sonolenta

 Do vosso servo que sou,

Enquanto a luz brinca nos teus lábios,

Ponte para a eternidade,

Sobre o rio que se lamenta…

No esconderijo da saudade,

 

Que vem

E não voltará mais ao castelo,

Nem a esta pobre cidade,

 

Do vosso servo,

Que fui

E sou,

A sombra nocturna das lívidas paredes de xisto,

 

Corro para o mar

E sento-me sobre as ondas do teu cabelo,

Há um barco que me quer levar…

Mas não sei se o meu corpo é uma pedra

Ou uma pequena lágrima de sono,

 

Tão pouco sei…

Se o meu corpo vai aguentar

Esta longa viagem,

 

Do vosso servo,

Que fui

E sou,

 

Deixo-vos a maquinação sonolenta das noites invisíveis.

 

 

 

Alijó, 12/02/2023

Francisco Luís Fontinha

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