Este livro não me pertence.
Procuro nos teus lábios
As palavras dos Invernos
infinitos,
Quando dos teus olhos
prateados
Emergem as planícies da
manhã,
E percebo que durmo.
Dumo amarrado aos sonhos
Onde acordam os monstros
de outrora…
Alicerço-me aos rochedos
envenenados
Que transportas nas mãos,
Finas e débeis,
Onde o cansaço se ergue
Como se erguem em mim
Estes tristes esqueletos
de sémen…
E enquanto espero o novo
dia,
Morro.
Este livro não me
pertence,
Este livro não fui eu que
o escrevi…
Este livro que trago em
mim
Parece a silenciada
tempestade,
Que acorda em cada
madrugada.
E das finas e débeis
palavras
Que folheias com as tuas
mãos…
Uma lâmina de desejo
Poisa no meu corpo!
Alijó, 22/10/2022
Francisco Luís Fontinha
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