Este
rio sufoca-me,
Entranha-se-me
no peito,
Alimenta
a lança que transporto desde a infância,
Que
me deixa sem jeito,
Que
me provoca demência,
Este
rio assassina-me,
Corre-me
na mão,
Este
rio mata-me, este rio é manhã cansada,
Este
rio é solidão,
Este
rio sufoca-me na madrugada,
E
quando olho as estrelas,
Este
rio é silêncio em pedacinhos de mel,
Este
rio é saudade,
Este
rio é batel
Contra
os rochedos da liberdade,
Este
rio sufoca-me,
Rouba-me
todas as palavras de escrever,
Este
rio é luar…
Este
rio é o amanhecer
Quando
me deito sobre o mar,
E
de longe vem a mim este rio que me sufoca,
Deste
rio que me viu nascer,
Este
rio é arte suspensa num pequeno olhar…
Quando
a chuva se despede da vida sem querer,
Este
rio é a minha alma, este rio é o meu gritar.
Alijó,
17/09/2022
Francisco
Luís Fontinha
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