não
percebo porque me sufocam estes cordéis de prata
enquanto
desce docemente a noite
não
percebo porque te escondes atrás de um cortinado invisível
quando
o teu corpo me deseja
e
me inventa a cada momento perdido
não
percebo
me
sufocam
estas
palavras que giram à volta dos teus lábios
entre
círculos
quadrados
e
triângulos desassossegados
entre
beijos e espelhos apaixonados…
não
percebo
enquanto
desce a noite
porque
dança o teu corpo entrelaçado no meu
em
viagem
quando
o teu corpo me deseja
quando
eu desejo o teu corpo
assim
dócil
transparente…
como
nuvens envergonhadas
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
terça-feira,
10 de Novembro de 2015
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