terça-feira, 10 de novembro de 2015

invenção de um corpo perdido


não percebo porque me sufocam estes cordéis de prata

enquanto desce docemente a noite

não percebo porque te escondes atrás de um cortinado invisível

quando o teu corpo me deseja

e me inventa a cada momento perdido

não percebo

me sufocam

estas palavras que giram à volta dos teus lábios

entre círculos

quadrados

e triângulos desassossegados

entre beijos e espelhos apaixonados…

não percebo

enquanto desce a noite

porque dança o teu corpo entrelaçado no meu

em viagem

quando o teu corpo me deseja

quando eu desejo o teu corpo

assim

dócil

transparente…

como nuvens envergonhadas

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

terça-feira, 10 de Novembro de 2015

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