(desenho
de Francisco Luís Fontinha)
Perdi-me
nesta escuridão de cadáveres acorrentados ao luar,
Tenho
em mim a fogueira da paixão,
Entre
papéis rasgados e fotografias esquecidas numa qualquer caixa em cartão,
Perdi-me,
Deixei
de ouvir as estrelas que brincavam no tecto do meu aposento,
Deixou
de bater na minha janela o vento,
E
as flores vestidas de luz,
Tombam
como balas nos cortinados do sono,
Invento
imagens nas paredes invisíveis da maré,
Agacho-me
e escondo-me de ti…
Não
adianta,
Sou
sempre descoberto, sou sempre encontrado…
E
a vida gira em pequenas rotações de saudade,
A
voz rouca cessa e dorme,
E
não sofre mais,
Amanhã,
nascerá uma madrugada pincelada de cidade atravancada,
Buracos
negros na boca,
Planetas
longínquos procurando o corpo,
E
o corpo deixou de dançar sobre a sombra periférica da alma,
Os
barcos dentro de mim,
Os
seios da tempestade entre equações e finais de tarde junto ao rio,
O
término,
A
viagem sem regresso…
O
cais semeado de caixotes em madeira,
Palavras
que nunca consegui decifrar…
E
hoje
Recordo-o
como sendo um jardim abandonado.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sábado,
15 de Agosto de 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário