domingo, 27 de abril de 2014

prisioneiros do Céu


há um xisto vestido de tristeza
uma nuvem sangrenta poisada em ti
árvore sonolenta
magoada
jardim descalço
jardim... jardim filho da madrugada

há um rio perdido na calçada
esperando a tua mão
há um rio dentro de ti
correndo
correndo... correndo nas tuas veias de solidão
e gritando e gritando...

há um xisto no muro onde me sento
e te espero
dou-me conta que hoje não há o rio dentro de ti
que tens lágrimas
que... que danças no jardim
magoada no jardim descalço...

adormeço
sonho com fios de nylon aprisionando o Céu
que tens estrelas no olhar
e flores
flores na tua doce boca de jasmim
há um xisto... de tristeza... há um xisto dentro de mim.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 27 de Abril de 2014

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