Aqui, permaneces intocável, como o
guião de um filme em construção,
aqui sentes-te o herói térreo das
sombras cristalizadas,
funestas palavras, os cigarros voam
sobre as árvores do quintal,
há uma nuvem de açúcar quase a
evaporar-se nos teus lábios,
e sentes?
sentes as palavras não ditas, aquelas
que escrevíamos em noites de ninguém?
sentia-te perto, e tu longe,
tão longe que nem as estrelas
conseguiam abraçar-te,
dar-te um beijo,
simples, tão simples como adormeceres
no cansaço da vida,
e a vida é o esconderijo da dor,
habita em ti e de ti se alimenta...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 19 de Março de 2014
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