E tudo o vento levou... ficaram as palavras em
revolta, contam estórias, cantam, gritam, amuam..., e
repentinamente, e em abraços de xisto, acordam os prisioneiros das
madrugadas sem horário, e tudo o vento levou, e deixou, e apenas,
só... a esperança de recomeçarmos, reaprendermos, sermos livres,
livres como as gaivotas de Maio.
Regressaram as palavras, e as nuvens são de
prata...
Somos livres como a seiva das árvores descendo o
corpo do amor, somos livres como os calções de chita e a t-shirt
branca com sabor a tristeza, regressaram as palavras, ainda são
poucas, ou nenhumas..., e tudo o vento levou, e tudo na fogueira da
vaidade ardeu como arderam os manuscritos de Gogol, somos livres pois
então, e brevemente, regressarão todas as palavras roubadas aos
sonhos inventados por uma criança dançando num baloiço de cordas,
brevemente, são de prata, as palavras e as bocas que gritam as
palavras...
E apenas a tua mão no cais à minha espera;
regressei, voltei para os teus braços... para novamente sermos
livres, de escrever
Amar?
E... livres de sonhar...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
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