foto: A&M ART and Photos
|
Como tu
refugiada em palavras mortas
mórbidas borboletas de veludo
voando
sonhando câmbios e orgasmos das
neblinas filhas da madrugada
sou
como tu
embriagado pelas luzes do extinguido
habitáculo de nylon,
Como tu
uma árvore em silencio no recreio da
velha escola
sentamos-nos? Podíamos entrelaçar as
mãos como fazem as andorinhas
quando
como tu?
Acordam as letras envenenadas das
canções de amor...
Não sou nada
parecendo uma pedra lançada ao vento
e cai gravemente sobre o teu peito...
e da ferida... uma pequena rosa
sobrevive aos teus lamentos,
(Como tu
refugiada em palavras mortas)
E insignificantes espelhos da eira
triste
dançando como as bailarinas das
fotografias suspensas no gesso alicerçado às mãos de um inocente
homem com barba branca
dançamos?
(mórbidas borboletas de veludo
voando)
Nunca mais regressarei aos teus abraços
braços
porque agora sou um barco
sem leme rumo ou velas
sem motor marinheiro ou perfume teu
dentro de mim
caminharei sobre os cedros apodrecidos
de uma lápide significando a minha ausência
nunca
regressarei ao porto de abrigo
para ser ancorado e aprisionado a uma
corrente enferrujada com sintomas de tuberculose...
Fumamos?
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Sem comentários:
Enviar um comentário