Sou de pedra
como os muros que circundam os sorrisos
das rosas
deste verdejante cenário jardim
ouvindo os longínquos sons das tristes
pálpebras
dos ventos soprados pelas chaminés de
vidro
rijos os pedaços de enxada mergulhadas
nas palavras cansadas,
A pedra moribunda
à doce saliva dos pequenos repteis
enforcados nas lilases telas de linho
porque da noite nua e escura e
apetitosa
poucas ou nenhumas coisas sobrevivem às
tempestades de areia
que os poemas provocam nos seios das
andorinhas
com asas de porcelana,
E as cabeças ocas
delas
poucas ou nenhumas árvores de papel
na despedida das horas assassinadas por
um velho relógio de parede
à pedra
o pó das sílabas dentro de um
sobretudo negro.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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