segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Pedra moribunda


Sou de pedra
como os muros que circundam os sorrisos das rosas
deste verdejante cenário jardim
ouvindo os longínquos sons das tristes pálpebras
dos ventos soprados pelas chaminés de vidro
rijos os pedaços de enxada mergulhadas nas palavras cansadas,

A pedra moribunda
à doce saliva dos pequenos repteis enforcados nas lilases telas de linho
porque da noite nua e escura e apetitosa
poucas ou nenhumas coisas sobrevivem às tempestades de areia
que os poemas provocam nos seios das andorinhas
com asas de porcelana,

E as cabeças ocas
delas
poucas ou nenhumas árvores de papel
na despedida das horas assassinadas por um velho relógio de parede
à pedra
o pó das sílabas dentro de um sobretudo negro.

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha

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