Procuro-te sabendo que não existes
e que pertences às palavras mórbidas
que as noites de Inverno inventam
e fazem-nos sonhar
que amamos a chuva
e o luar,
Procuro-te entre os muros pintados de
branco
com letras negras
e flores amarelas
procuro-te sem perceber porque te
escondes de mim
e escondes as cartas abstractas que
deixamos adormecer na saudade
dos pinheiros mansos do recreio da
escola,
Procuro-te sabendo que te escondes das
ditas conversas de café
quando uma simples mesa com pernas de
madeira
tropeça nas sílabas divinas que o teu
corpo transpira
e lança contra as lindas e amargas
moscas de incenso...
as varandas do eterno amor desejado
e perdes-te de mim sem perceberes os
destinos adormecidos do sangue,
A carne apodrece
e os ossos do amor nas tuas mãos
envergonhadas
que Deus deixou para mim à porta do
abismo sonho
e uma dor apodera-se do meu peito
submerso na paixão dos peixes
há pontes entre nós incompletas
defeituosas e ausentes
como todas as histórias,
Como todos os sinceros morcegos das
noites quentes
caem as estrelas sobre o mar
e comem todos os barcos de amar
e dizem que eu procuro fantasmas
nas letras cansadas do muro pintado de
branco
como as coisas belas do teu corpo
inexistente triste ausente,
Todas as pedras do amor com flores de
vidro
procuro-te sabendo que pertences às
sombras infinitas das equações diferenciais
mesmo sabendo que poderás estar dentro
de uma integral tripla
não sei
se algum dia pegarei na tua mão
e numa ardósia de fim tarde escrever –
AMO-TE.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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