Sento-me sobre as águas ínfimas da
noite quando sinto em mim
as luzes em pequenas doses de azul
marinho
das conchas coxas transversais da
madrugada
a tua voz silenciada pelas sombras tuas
mãos
em mim
no meu pescoço alicerçadas,
guardo-os como se fossem só meus
os lábios vermelhos teus
às quatro paredes de vidro
que os sonhos desenham no livro das
palavras
sento-me
sinto-me palidamente solitário junto
às esquinas fictícias da morte,
às quatro horas do limite infinito
alicate do amor
flores belas embebidas na vodka
falsidade
que vivem na cidade translúcida e em
pequenos vãos voos dos teus seios de vento
vive-se e vai-se vivendo inventando
coisas
poucas coisas
que o homem descobre nas estrelas nuas
entre os parêntesis da insónia,
sento-me
e sinto-me
e mergulho nas rochas melancólicas que
na tua boca habitam
as gaivotas filhas dos barcos
e netas da revolta
Ai se a maré tua língua fosse só
minha como são as palavras de amar...
(poema não revisto)
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