Saborearei as luzes desejos que no teu
corpo vivem
as estrelas de pétalas e sorrisos
amargos
que eu transformo em silêncios parvos
saborearei os enjoou-os das palavras
sem nome
sobes as escadas cansadas
em fome
a maldita alvorada
quando pela calada
te vêm buscar e desapareces entre as
aspas do paragrafo sonolento
do texto escrito na porta de entrada da
casa
da tua misera casa de ossos de pano
e janelas de papelão,
Desenhas flores nos muros que circundam
as sandália de couro
do miúdo da aldeia empenhado no banco
de jardim
alguns euros para o transporte
desassossegado dos carris paralelamente
com abraços no infinito
dois homens com chapéu de palha e uma
mão de cigarros embainhados nas madrastas hortas
das planícies orvalhadas das meninas
de cabelo loiro
e olhos azuis fingindo alegrias e
sílabas de seda
oiço-te das luzes desejos
saborearei nas tuas coxas os poemas
construídos nos sonhos
quando o mar te entra em casa
e o teu ventre cinzento
se alicerça nos espinhos da morte...
(poema não revisto)
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