Às pálpebras azuis do sorriso
desce a noite embriagada
dorme docemente o livro apaixonado
nas palavras desejadas
ao mar tristemente embaladas
às pálpebras inventadas
trazes nos lábios uma flor
em sofrimento
os beijos
às pétalas poesia na infinita noite
em beijos
à boca
os fios de dor
inalados pelos teus cabelos dissolvidos
no vento
desenhas a manhã na montra de um café
os beijos
às pálpebras azuis do sorriso
quando os cigarros vêm até ao cais
das sílabas mortas
sonhas
inventas a manhã
de um café
a esplanada de vento
voa sobre as árvores doentes com
lágrimas de mel
em sofrimento
e percebo que semeias os beijos
nas minhas mãos longínquas tracejadas
da solidão
e percebo
que as pálpebras azuis do sorriso
sorriem como as algas encantadas
pela música de uma flauta embrulhada
nas tuas manhãs inventadas
em beijos
à boca .
(poema não revisto)
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