terça-feira, 17 de janeiro de 2012
O fim das minhas palavras
59,4 x 84,1 – Francisco Luís Fontinha
Sento-me
Cruzo os braços
E espero que o tempo se alimente do meu corpo
E quando chegar a noite
E quando chegar a noite
Uma finíssima folha de poeira se alicerce nos meus olhos
E todas as minhas palavras
E todas as minhas palavras cessem
E todas as minhas palavras morram
Na garganta do poema
Crucificadas nas mãos de um texto ficcionado
E toda a minha vida
Um número de circo sem sentido
Sento-me
Cruzo os braços
E dou-me conta que morri
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