quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Parede de betão

Lâminas de solidão rompem o meu peito cansado
E na minha mão as flores selvagens da montanha
Dormem profundamente ao som da manhã desalinhada
A porta virada para o mar cerra-se e uma parede de betão
Prende o meu olhar
Deixo de ver o mar
E imagino-o a correr nos meus braços
E pinto-o na parede de betão
Que me proíbe de ver o mar
Que me proíbe de brincar com o mar
As lâminas de solidão rompem o meu peito cansado
E espero pela chegada da noite

Abraçar-me com toda a força às rochas sonâmbulas
E esperar que a maré me venha buscar
E me leve
E me absorve e misture nos seus desejos

A solidão dói
Mas não existe pior dor
Que estar junto ao mar
E não o conseguir abraçar
E ser proibido de o ver
Porque uma parede de betão prende o meu olhar

Sem comentários:

Enviar um comentário