sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O beijo do girassol

Entre mim
E o silêncio
E o muro de cimento armado
Esconde-se o beijo do girassol
Desce até à sapata
E quando toca na terra evapora-se nas sílabas da tarde

As horas de um velho relógio de pulso
Cansam-se e começam a abrandar a marcha
Até se imobilizarem nas encruzilhadas da vida
E o tempo na mão de deus
Olha-o
Olha-me

E cerram-se os cortinados da tarde
E da janela o cheiro intenso a solidão
Que poisa nos lábios de pombas amestradas…
Os palhaços saltam o muro de cimento armado
E acariciam o beijo do girassol
Entre mim e o silêncio

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