E levita o meu desgovernado corpo
Até à copa das árvores estacionadas junto ao rio
Um cacilheiro em arrotos
Finta as palavras do poema
E dentro do nevoeiro
Evapora-se pelo vórtice do desejo
O poema desfaz-se em pedacinhos de sílabas
E dos fluídos das vogais
Uma turbina zurra orgasmos na maré
A mecânica adormece as estruturas reticuladas em desânimo…
Que vagueiam nas ruas da cidade
E aos poucos desistem de viver
O meu corpo desgovernado
Na copa das árvores
Abraçado a integrais complexos
E nas minhas mãos
E no meu peito
A noite enterra-se e dorme
E deixo de ser eu.
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