terça-feira, 22 de novembro de 2011

A tarde

A tarde, suspensa
Entre duas conversas de ninguém,
O teu relógio atómico
Marcava dezassete horas, dezassete minutos e dezassete segundos,
O meu telefone, deixou de tocar,
Arrumaste-me na prateleira do teu pensamento,
No cantinho junto ao desejo,
Mesmo debaixo da saudade.
Lá fora, no esquecimento,
Ninguém…
Apenas os pássaros à tua procura, irritados
Com a tua ausência.
A tarde, suspensa
Na maré, finge que sou esquecimento,
Monstro marinho,
E sinto-me transportado
Para o longínquo destino; o meu passado.

A tarde, suspensa
No teu relógio atómico,
E amanhã, ninguém se lembrará de ti,
É outro dia, outra tarde, desconhecido momento.

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