quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O último desejo

O último poema da noite
O último cigarro
Uma luz seminua que se acende
E uma página do livro de Lobo Antunes
Poisa na minha mão
O último pensamento
Antes do último desejo…
“Titina” junto à porta sorri
E eu deixo cair a caneta
Sobre a noite que se desfaz como grãos de areia
Nos lençóis encurralados entre as estrelas
E depois do último poema
Do último cigarro
Depois do último desejo
Cerro o livro
Cerro a luz
Fecho a janela virada para o mar
“Titina” adormece
E o meu último cigarro sobrevive
À solidão da noite

Sem comentários:

Enviar um comentário