foto de: A&M ART and Photos
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a minha cidade despede-se do teu corpo
em decomposição
um putrefacto sorriso acorda nos lábios
da solidão
a minha cidade vive
como serpentes dentro de um aquário
a minha cidade é um corredor sem
saída...
a minha cidade vive
e escreve nas paredes do medo
o silêncio prometido
a minha cidade és tu
nua despida em pedaços de leito das
avenidas perdidas
a minha cidade dança
tem mãos de seda
e seios de indefinidos sons com abraços
de musicalidade em palavras vãs
vãos de escada em sofrimento desejando
o trono da fortuna
nua
tua mão singular no meu peito plural
o pronome avança contra o néon de
sémen
e os telhados da minha cidade
ardem
como loiros cabelos suspensos nos
arames do suicídio...
a minha cidade é uma puta com
edifícios escumalha em lãs madrugadas
ovelhas
cabras...
e... e pequenos nadas.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 15 de Dezembro de 2013