Mostrar mensagens com a etiqueta alvoradas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta alvoradas. Mostrar todas as mensagens

domingo, 19 de dezembro de 2021

Pequenas estátuas de luz

 

Uma estátua de luz

Suicida-se na cidade das marés envenenadas,

Traz a enxada,

Traz as madrugadas,

Traz as palavras,

 

E traz o falso oiro.

Deste poema,

Sobreviverá a todas as janelas quadradas,

Nas falsas alvoradas,

Nas falsas ribeiras ancoradas.

 

Uma estátua de luz

Que marcha na parada,

Ouve o grito do clarim sobre a ponte…

Corre, corre, corre até ao monte,

Corre… corre até desfalecer,

 

Gritar,

Chorar e gemer.

Aos uivos do teu corpo silenciar,

Gemem as palavras de escrever,

Morrem os pássaros de voar.

 

Uma estátua de luz

Suicida-se na cidade das marés envenenadas,

Correm, correm todos para a praça

Das esplanadas;

Assim seja, tristes madrugadas.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 19/12/2021