O teu nome...
quando dormes,
sonharás?
Não sei como te
acordar,
não sei se tens
vontade de acordar,
o teu nome?
Voltarás a sorrir?
A caminhar?
O teu nome...
quando dormes,
sonharás?
Como serão os teus
lençóis, a tua almofada é estampada, lisa... ou não tens
almofada?
Não sei o teu nome,
porque corres junto
ao mar,
não sei se lês,
tão pouco me importa que leias, que nem saibas ler...
Voltarás a sorrir?
A caminhar?
E a amar?
Não sei o teu nome
para te acordar,
talvez te acorde com
um beijo, talvez...
e... e se não
acordares?
E... e se não
resultar!
Abanar-te-ei?
ou... ou finjo que
és um espelho de prata deitado no desejo invisível!
Como o faço,
não sei, não
sei... não sei,
E a amar?
Não sei o teu nome,
tenho dificuldade em
te acordar,
e... e se tu não
estiveres a dormir?
O que faço?
Não o sei, não...
o teu nome estéreo,
o teu nome agrafado
aos meus lábios,
e no entanto, nunca
soube o teu nome,
e no entanto...
acredito que dormes, sonhas... e estás viva,
como as ruas da
minha cidade,
como as palavras que
mendigam a minha cidade...
uma cidade com nome,
uma cidade que dorme, sonha... e acorda,
E a amar?
E a sonhar...!
Não, não sei o teu
nome,
passas por mim e
sinto a presença de um fantasma,
passas por mim e
sinto que és uma cena cinematográfica,
ou um fotografia, a
preto-e-branco, esquecida numa esquina de luz...
não sei o teu nome,
e pouco me importa se tens nome.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 8 de Junho
de 2014