E se eu me deitasse homem
E acordasse pássaro
E se eu me deitasse miserável
E acordasse com algum dinheiro na algibeira…
Mas nem consigo acordar pássaro
Nem tão pouco cresce dinheiro na minha algibeira
E vão dizer
- Dinheiro não é felicidade
Ai que não é
Claro que o dinheiro é felicidade
Experimentem pedir fiado um café
Um maço de cigarros
Ou na mercearia…
E vão perceber a humilhação
E vão perceber a alegria
Daqueles que escutam e olham
Um feliz sem dinheiro
O que interessa eu ser feliz
Se sou um miserável
Se sou humilhado
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
O centro da eira
Não sei se está vento
No meu corpo encalhado
Se estou gordo
Ou magro
Não sei se deva continuar a escrever
Ou simplesmente me sentar
Ver a manhã a morrer
Nos braços do mar
Não sei o que são gaivotas
Ou poemas de amar
Sei o que eram almas mortas
Na Rússia do Czar
E tal como Gogol
Pego na minha escrita
E faço uma fogueira
E tudo desaparece no centro da eira
No meu corpo encalhado
Se estou gordo
Ou magro
Não sei se deva continuar a escrever
Ou simplesmente me sentar
Ver a manhã a morrer
Nos braços do mar
Não sei o que são gaivotas
Ou poemas de amar
Sei o que eram almas mortas
Na Rússia do Czar
E tal como Gogol
Pego na minha escrita
E faço uma fogueira
E tudo desaparece no centro da eira
domingo, 8 de janeiro de 2012
As palavras
De que me servem as palavras
Se eu não como palavras
Não bebo palavras
Nem fumo palavras
De que me servem as malditas palavras
Que crescem na minha cabeça
Se eu não como palavras
Não bebo palavras
Nem fumo palavras
Malditas palavras que enlouquecem
A minha pobre cabeça
Se eu não como palavras
Não bebo palavras
Nem fumo palavras
De que me servem as palavras?
Se eu não como palavras
Não bebo palavras
Nem fumo palavras
De que me servem as malditas palavras
Que crescem na minha cabeça
Se eu não como palavras
Não bebo palavras
Nem fumo palavras
Malditas palavras que enlouquecem
A minha pobre cabeça
Se eu não como palavras
Não bebo palavras
Nem fumo palavras
De que me servem as palavras?
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