sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Menina

 

Era uma menina tão linda

Tão linda era a menina,

Era a manhã mais linda

Tão linda era a manhã,

 

Era o pobre mais pobre

De todos aqueles que tinham fome,

Ele era tão pobre,

Tão pobre…

Que nem tinha nome,

 

Era a menina mais linda

De todas as lindas manhãs,

 

Era tão linda a menina,

 

Era tão linda a manhã.

 

 

02/02/2024

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

As mãos do mar

 

(ao visitante que lê as minhas publicações: são 5 aqueles que abrem a publicação, mas um ou uma é o primeiro(a) a fazê-lo, todos os dias, quase à mesma hora.

Este poema é para ele ou para ela)

 

A charrua lavra a terra,

Cada palavra que semeio na tua pele

É um poema nos olhos da serra.

 

A cada poema a cada pedacinho dos teus lábios de mel,

 

A alvorada se inventa,

A palavra se abraça aos teus seios,

 

Que me alimenta,

Que me sacia,

Como chaguentos veios

Que trazem de lá a poeira.

 

E acorda o dia no teu olhar,

Já não há lareira,

É quase dia,

Quase… quase nada,

Nas mãos do mar.

 

A fome da madrugada.

 

 

01/02/2024

Madrugada

 

Ela é a madrugada

Ela é a espada

Que crava

No peito

A palavra.

 

Ela é a madrugada

Ela é a rosa cansada

Que brinca no cabelo

Que é o mar

Quando o mar é uma espada.

 

01/02/2024

Prenda, atrasa

 


Recebi hoje a prenda dos meus colegas de trabalho; um rolo de papel higiénico com imagens do kamasutra…

 

Gostei.


O poeta

 

Quero ser

A espuma do teu banho

Quero ser

O silêncio da tua insónia

Quero ser o poema do teu dia

A noite sem memória

Quero ser a alegria

Que vence o medo

Quando o medo

Se apelida de tempestade

 

Quero ser a tua saudade

A espuma do teu banho

A água fresca que apaga o incêndio dos teus lábios

 

Quero ser a cidade

Os livros da tua biblioteca

Quero ser

A espuma

Da bruma

Em teu banho

 

Quero ser o teu sono

E a ausência da tua janela

Quero ser o teu sorriso

Enquanto a espuma do teu banho

Se despede lentamente da tua pele…

E eu quero ser

 

O poeta da tua pele!

 

 

01/02/2024

Poesia

 

Seremos um dia

Sempre só

 

Sempre pó

Poesia

 

Talvez Alijó

 

Sempre pó

Poesia

 

 

01/02/2024

Cigarro

 Oiço-te

E tu falas e falas e falas…

E eu

Oiço-te

 

Oiço-te

Enquanto faço o meu cigarro

E penso

Em todas as palavras que nunca te escrevi

 

Em todas as palavras que nunca te vou escrever

 

Oiço-te

Acreditando que os teus olhos são a alegria da lua

Quando esconde o luar

Nas mãos da madrugada

 

Oiço-te

E tu

E tu falas e falas e falas…

E eu

Oiço-te…

 

01/02/2024