sábado, 13 de janeiro de 2024

Porão de embarque

 

Pergunto a este navio

Se me leva no seu porão

Até alto-mar

Pergunto-lhe em que camarote te escondes

Que ainda hoje não vi os teus olhos

 

Pergunto-lhe se depois da maré

Me leva aos teus olhos

Será que ele sabe onde se escondem os teus olhos?

 

Pergunto a este navio

Porque tem de ser assim

Assim desta maneira…

Distante

Escondido neste porão de embarque

 

À procura dos teus olhos

Pergunto a este navio

Se em alto-mar me liberta dos teus olhos

E dos teus lábios

Que ainda hoje não os vi.

 

 

13/01/2024

lágrimas da noite

 

sangra o teu corpo de asa branca

abençoado pela maternidade

na mão desta rosa bravia

sangra o teu corpo

no sorriso dos primeiros pinheiros da manhã

quando o sol é ainda uma criança

 

na lembrança de um adeus

sangra o teu corpo

flor madrugada

que o pensamento alimenta

nas lágrimas da noite

e nos lábios da saudade

 

 

13/01/2024

Pedacinho de porcelana

 

Oiço o teu primeiro gemido

E o mar é tão lindo,

Meu amor.

 

Sinto a tua primeira lágrima

Na cânfora manhã,

E percebo que tu és especial,

Como um pedacinho em porcelana,

Tão pequenino,

Meu amor,

Que me apetece esconder-te na minha mão.

 

 

 

13/01/2024

Madrugada

 

Amo-te, flor cardume dos navios em alto-mar

Simplicidade dos oceanos

Profundeza da terra

Amo-te, pedacinho de manhã envergonhada

Rosa doirada

Fogo desta lareira,

 

Amo-te, espada embainhada

Quando a tarde é uma criança

Que brinca nos teus lábios

Amo-te, seara das minhas mãos

Quando de um livro

Emerge o poema do teu olhar,

 

Amo-te, enquanto o sol dorme

E a lua se banha no mar

E a medusa se alicerça aos teus cabelos

E os teus cabelos baloiçam como duas cordas de nylon invisíveis

Como dois pássaros feridos

À espera de ver a madrugada.

 

 

13/01/2024

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Ilha dos Amores

 

Tens nos olhos a alegria

De seres mãe

De seres companhia

Tens nos olhos a quinta sinfonia

Do sofrimento

Da vida,

 

Tens nos olhos a marca do silêncio

Tens nos olhos as lágrimas

Dos pontapés do dia

Tens nos olhos a alegria

Tens nos olhos a poesia,

 

Tens nos olhos a alegria

Tens nos olhos todas as flores

De todas as cores

Tens nos olhos o amanhecer

Tens nos olhos um navio a sofrer

Pertinho da Ilha dos Amores

 

 

12/01/2024

Livro de poesia

 

Orgulho-me deste blog.

Publico nele tudo aquilo que escrevo, às vezes, escrevo muito, tem em média 500 visitas diárias e com picos estranhos de visitas durante a noite; o último teve cerca de 5600.

Tenho 4 livros publicados, tenho poemas para mais de 100 livros, podia publicar muitos mais livros, não o vou fazer.

Este blog será um livro de poesia, livre e para todos.

A todos muito obrigado, em especial, aos que clicam nas minhas publicações; entre 5 a 8 visitantes.

 

Francisco Luís Fontinha

Diamantes

 

Pergunto aos diamantes do teu olhar

Onde está o mar

Pergunto às rosas do teu sorrir

Quantas lágrimas tem o luar,

Pergunto ao silêncio dos teus lábios

Como se apelida o navio onde vais partir

Pergunto às estrelas do teu cabelo

Porque está o meu jardim triste quando ele está a florir,

 

Pergunto à tua boca

Como será desenhar

O beijo

Pergunto às tuas mãos

Porque são elas tão simples quando decidem me afagar,

 

Pergunto ao teu nome

Quantas crianças com lágrimas de chorar

E fome

Pergunto aos diamantes do teu olhar

Onde está o mar…

 

 

12/01/2024