sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Ilha dos Amores

 

Tens nos olhos a alegria

De seres mãe

De seres companhia

Tens nos olhos a quinta sinfonia

Do sofrimento

Da vida,

 

Tens nos olhos a marca do silêncio

Tens nos olhos as lágrimas

Dos pontapés do dia

Tens nos olhos a alegria

Tens nos olhos a poesia,

 

Tens nos olhos a alegria

Tens nos olhos todas as flores

De todas as cores

Tens nos olhos o amanhecer

Tens nos olhos um navio a sofrer

Pertinho da Ilha dos Amores

 

 

12/01/2024

Livro de poesia

 

Orgulho-me deste blog.

Publico nele tudo aquilo que escrevo, às vezes, escrevo muito, tem em média 500 visitas diárias e com picos estranhos de visitas durante a noite; o último teve cerca de 5600.

Tenho 4 livros publicados, tenho poemas para mais de 100 livros, podia publicar muitos mais livros, não o vou fazer.

Este blog será um livro de poesia, livre e para todos.

A todos muito obrigado, em especial, aos que clicam nas minhas publicações; entre 5 a 8 visitantes.

 

Francisco Luís Fontinha

Diamantes

 

Pergunto aos diamantes do teu olhar

Onde está o mar

Pergunto às rosas do teu sorrir

Quantas lágrimas tem o luar,

Pergunto ao silêncio dos teus lábios

Como se apelida o navio onde vais partir

Pergunto às estrelas do teu cabelo

Porque está o meu jardim triste quando ele está a florir,

 

Pergunto à tua boca

Como será desenhar

O beijo

Pergunto às tuas mãos

Porque são elas tão simples quando decidem me afagar,

 

Pergunto ao teu nome

Quantas crianças com lágrimas de chorar

E fome

Pergunto aos diamantes do teu olhar

Onde está o mar…

 

 

12/01/2024

Primavera

 

É Primavera nos teus lábios

Florescem as rosas e os crisântemos

Brincam as andorinhas de papel

Corre o rio para o mar

E o mar inventa no teu olhar

 

O poema que a manhã faz acordar

É Primavera nos teus lábios

As crianças dançam à volta da árvore

Os pássaros desenham círculos no final da tarde

Antes que regresse a noite

 

É arte

É Primavera nos teus lábios

É a mulher que chega a casa cansada

Que às vezes é espancada

Que às vezes fazem dela uma bolha de pancada

 

É Primavera nos teus lábios

É o dia

É a noite

É a primeira lágrima do amanhecer

É Primavera nos teus lábios

 

É a Primavera a nascer

É Primavera nos teus lábios

É a ponte para a outra margem

É a seiva da videira

Em viagem.

 

 

12/01/2024

Podia ser

 

Podia ser o trigo

Nas mãos do moleiro

Podia ser aquilo que digo

Escondido no celeiro,

 

Podia ser um rio de espuma

Podia ser a manhã em liberdade

Podia ser a bruma

Podia ser a saudade,

 

Podia ser o teu cabelo abraçado ao vento

Podia ser o pão

Podia ser o alimento,

 

Podia ser o mar

Nas horas de solidão

Podia ser o trigo nos olhos do luar.

 

 

12/01/2024

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Não sei

 

Não sei se são pássaros

Não sei se são margaridas

Não sei se é o vento a soprar

Ou mãos erguidas

 

Não sei se é deus

Não sei se é o mar

Não sei se é um barquinho em miniatura

De brincar

 

Não sei se são pássaros as tuas mãos entrelaçadas

Não sei se são pedacinhos de luar

As tuas mãos amordaçadas

 

Não sei se é dia

Não sei se é apenas o dia a cantar

E a declamar poesia

 

 

11/01/2024

Em frente ao Douro

 

Arrecado a cânfora manhã que há em ti, pego nas tuas mãos e olho-as como se fossem um pedaço de xisto,

Em frente ao Doro, cada socalco dos teus seios,

É um deslumbre,

É a manhã ao acordar,

 

Em frente ao Douro,

Cada curva deste rio é uma curva do teu corpo, é o diamante dos teus olhos,

Em frente ao Douro, a cânfora manhã que há em ti,

É erguer-se perante Deus,

É a noite a despedir-se dos bêbados,

 

Em frente ao Douro, misera enxada em busca de pão,

Quando o nevoeiro e a geada,

Quando o teu cabelo se entrelaça

Na madrugada,

E o meu coração

Fica refém da cânfora manhã que há em ti.

 

Em frente ao Douro.

 

 

11/01/2024