Arrecado a cânfora manhã
que há em ti, pego nas tuas mãos e olho-as como se fossem um pedaço de xisto,
Em frente ao Doro, cada
socalco dos teus seios,
É um deslumbre,
É a manhã ao acordar,
Em frente ao Douro,
Cada curva deste rio é uma
curva do teu corpo, é o diamante dos teus olhos,
Em frente ao Douro, a
cânfora manhã que há em ti,
É erguer-se perante Deus,
É a noite a despedir-se
dos bêbados,
Em frente ao Douro,
misera enxada em busca de pão,
Quando o nevoeiro e a
geada,
Quando o teu cabelo se entrelaça
Na madrugada,
E o meu coração
Fica refém da cânfora
manhã que há em ti.
Em frente ao Douro.
11/01/2024
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