segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Pôr-do-sol

 Perco-me nos teus olhos de mar

Meu amor

Como se eu fosse uma criança desesperada

Um menino no recreio da escola

Em busca de alegria,

 

Perco-me nos teus lábios de mel

Meu amor

Enquanto desce a noite

E as sombras do silêncio

Também elas se escondem nos teus olhos de mar,

 

Perco-me na tua mão frágil e dócil

Que afaga o meu rosto…

Perco-me meu amor

Nos teus olhos de mar

Com sabor a pôr-do-sol.

 

 

13/11/2023

Pedaços do meu jardim

 Trapos,

É tudo o que transporto em mim,

Pedaços de nada,

Pedaços de cetim.

Trapos com sabor a despedida,

Quando a manhã se ergue,

E a noite inventa o meu sonhar,

 

Trapos de mim,

Trapos,

É tudo o que transporto,

Pedaços,

Amuletos e coisas assim…

 

Trapos,

É tudo o que transporto em mim,

Pedaços de nada,

Pedaços do meu jardim.

 

13/11/2023

domingo, 12 de novembro de 2023

Do mar a morte

 Seria capaz de partir

Seria capa de te abraçar

Silêncio que me faz sorrir

Do medo de te amar

 

Seria capaz de sofrer

Seria capaz de caminhar

Correr

E depois te beijar

 

Seria capaz de te escrever

E no teu corpo desenhar

O poema de morrer

No morrer do mar

 

 

12/11/2023

Abraço

 Abraça-me

Pedacinho de luz das manhãs ensonadas

Abraça-me

Pedacinho de sorriso que se esconde nas madrugadas

Abraça-me

Pedacinho de insónia das noites sonhadas

Abraça-me

Meu amor das tardes enamoradas

Abraça-me…

Sem medo da voz das almas penadas.

 

12/11/2023

sábado, 11 de novembro de 2023

Sono

 Escondo-me neste pedaço de sono

Neste pedaço de insónia

Escondo-me neste pedaço de noite

Neste pedaço de memória

Sem nome

 

Escondo-me neste pedaço do teu simples olhar…

Neste pedaço de medo

Daquele pedaço de te amar

Escondo-me sentindo a escuridão a roubar

A minha mão

 

Escondo-me nos teus lábios

Nos teus lábios com sabor a mel

Escondo-me neste pedaço de sono

Deste pequeno pedaço de miséria…

Onde escondo o meu corpo

 

 

11/11/2023

Olhos do mar

 

Estaciono o meu corpo

Nesta cadeira inventada

Nesta cadeira

Cansada.

Estaciono o meu corpo

Sabendo que a madrugada

Tem sorriso de feiticeira

 

Tem de olhar a sílaba abandonada

Em cada segunda-feira…

Estaciono o meu corpo

Nesta cadeira imóvel e desassossegada

Quando o dia morre

Quando o dia absorve o teu olhar

E a noite aparece à janela do meu silêncio

 

Estaciono o meu corpo

Nesta cadeira sem mar

Sem marés…

Quando o meu corpo de menino

Se despede do luar

Quando o meu corpo se despede

Dos olhos do mar

 

 

11/11/2023

Manhã desassossegada

 Há-de nascer um sorriso no teu olhar

Enquanto a água límpida da ribeira

Corre para o mar,

Enquanto o homem afogado,

Implora por ajuda,

Há-de nascer um sorriso no teu olhar

Enquanto o silêncio se esconde nos teus lábios…

Há-de nascer um sorriso no teu olhar

Enquanto uma laranja se despede da Primavera…

Nas mãos do luar.

 

 

11/11/2023