Às vezes, visitavam-me os barcos de brincar,
Depois, pegava num
pedacinho de silêncio,
Subia mangueira acima…
E voava em direcção ao
mar,
Sobre o mar,
disfarçava-me de nuvem,
Corria, corria… corria,
E quando regressava a
noite,
Ia até ao luar,
Sentava-me na lua,
E desenhava sonhos no teu
olhar,
Hoje, não tenho mais
barcos de brincar,
Nem pedacinhos de
silêncio,
Nem noites de luar…
Tão pouco sei voar
Ou sonhar,
Mas tenho o teu olhar.
Alijó, 23/02/2023
Francisco Luís Fontinha