Neste resto de cidade
Onde as árvores brincam
com o luar
E durante o dia
São palavras do mar
São palavras em poesia
Deste ausentado
Com quase nada na mão
Deste pobre poeta
E coitado
Em contramão
Que não sente
A vida
Pela sombra da tristeza
Desta cidade abandonada
Na dor e na paixão
E na beleza
Neste resto de cidade
Onde se perdeu o teu
olhar
Não é a minha cidade
E nunca será o meu mar
E o tolo
Porque é tolo
Habita neste resto de
cidade
Onde as árvores brincam
com o luar
E o poeta ausentado
Suicida-se no mar.
24/07/2023