Neste momento, a única pessoa que acredita,
Talvez seja fé,
De que eu não estou louco,
É o meu amigo doutor Luís Castelo-Branco,
Nada tem a ver com a outra abécula que por aí anda,
Até que este, o meu amigo, é psiquiatra.
Conheci-o noutras loucuras, e confesso,
Não sei se valeu a pena.
Porque a minha dúvida continua;
Porquê?
Nasci e logo questionei a minha mãe
Porquê, mãe?
Cresci, ela morreu
E nunca me respondeu,
Porquê mãe?
Porquê?
Até que as coisas teriam sido mais simples
Se eu
Se eu tivesse ficado,
Naquela loucura.
Os pássaros hoje
Já não são pássaros,
E até o mar,
Não é o mesmo mar,
De quando eu me agarrava ao pescoço da minha mãe
E
Lhá não, lhá não, mãe
Tudo seria mais fácil, e no entanto
Saí de uma loucura,
Inventando
Outras loucuras.
Assassinei personagens, homens, mulheres
Crianças num qualquer parque infantil,
E mesmo assim,
O sol era uma fina lâmina de luz,
que se cravava no meu peito.
Porquê?
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