sexta-feira, novembro 22, 2024

No centro do teu corpo

 

No centro do teu corpo uma jangada de luz em direcção ao limo adormecido,

da viagem recomeça a tarde

procurando sítios onde se esconder,

na tarde, sempre que o sol acorda no teu cabelo, uma pedra em silêncio

que escreve na terra lavrada

as primeiras lágrimas do outono.

 

A semente

semeada quase fruto proibido, o centro do teu corpo

que inventa a paixão, é agora uma lâmina de quase nada,

junto ao rio.

 

E no centro do teu corpo, aquela jangada

de luz,

quando da semente semeada,

outra jangada de luz

abraça a madrugada.

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