domingo, novembro 24, 2024

Entre o vento e a espuma da manhã

Invisível entre o vento e a espuma da manhã, ela corre

ao sabor do silêncio, inventa no cabelo ondulados fios de paixão, saltita entre duas pedras que se beijam

no cansaço de um abraço,


duas paredes que se aleijam nos destroços do mar.

Ela voa, sob as nuvens de domingo, gateando as maresias do dia,

pensando na vida, pensando se a vida


tem ou não tem poesia. De que lhe servia a vida ter poesia

se a poesia é apenas um sentimento,

um estado longínquo da alma, às vezes só

às vezes só,


só entre o vento!


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