Faltam-me as drageias
comestíveis da paixão
reescritas no corpo
incenso que a tempestade leva
longe chegam as nuvens
tristes
silenciosas
tâmaras teus olhos
prisioneiros de mim
tuas mãos de porcelana
amam
fazem sexo com as minhas
mãos de areia
inventas-te como
inventaste a chuva
como inventaste as
janelas viradas para o mar
transgénicos barcos
navegando em teus seios de prata
com velas de púbis
desgovernados dentro do fumo incandescente do amanhecer,
Amávamo-nos como duas
árvores de papel
aprisionadas a um
cordel...
Faltam-me as drageias
comestíveis da paixão
como uma cidade que arde
dentro de ti
incendeias-te vomitando
as palavras proibidas
gemidas da tua boca
em loucas avenidas
correndo subindo correndo
e subindo...
como guindastes de ossos
procurando o prazer nos sexos dos marinheiros
mórbidos entre o cais
e os travestidos bares do
amor
cai o cortinado do teu
peito
e encerra-se para sempre
o desejo em ti
das tristes janelas
viradas para o mar.
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