Do sossego mísero cansaço
de caminhar sobre a neblina da tua pele milimetricamente
prisioneira do espelho da
casa de banho
os teus olhos mergulhados
no desejo das flores imperfeitas
às nuvens de chocolate
suspensas no púbis das tardes de Outono
os livros
e as palavras
a terra húmida diluída
nas veias da tempestade
abrem-se as portas da
morgue
olhas o meu corpo sobre o
mármore da infância
ao pequeno-almoço
a poesia da tua pele
milimetricamente
prisioneira do espelho da
casa de banho
oiço-te nas palavras
os livros
e as palavras
o arco da corda suspenso
na árvore
que em jejum percorre a
tua pele milimetricamente
prisioneira do espelho da
casa de banho
termina a vida
e todos os males que
infestam as florestas
olhas o meu corpo sobre o
mármore da infância
ao pequeno-almoço
e uma gaivota não se
cansa de chorar
sobre o meu peito
onde alguém durante a
noite
plantou um embondeiro
com uma cabeça de vidro
e mãos de sonho
platonicamente me abraças
e escreves o meu nome na
areia invisível da tarde.
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