Me vou alicerçando à tua
voz que nunca ouvi
apaixonei-me loucamente
pelas tuas palavras que nunca
que nunca li
nem pretendo ler...
Me vou contra o abismo
metafórico da saudade
quando um punhal de
silêncio se espeta no teu peito...
no teu peito em flor.…
que nunca saciou os meus dedos
como um pincel em modo de
pausa... mergulhado num frasco com água suja
que se transforma em medo
os desenhos límpidos da
manhã
comem a tua boca
que não conheço...
que nunca beijei
que não me apetece
beijar...
porque não beijo pássaros
gaivotas e fantasmas de
areia sobre a penumbra madrugada...
Me vou alicerçando à tua
voz
e aos teus lábios...
Que nunca li
Que não pretendo ler
escrever
ou desenhar quando descer
sobre ti a noite vestida de negro...
me vou... alimentando dos
teus cabelos como Delícias do Mar...
Que nunca vou comer
ou... amar.
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