Como tu
refugiada em palavras
mortas
mórbidas borboletas de
veludo
voando
sonhando câmbios e
orgasmos das neblinas filhas da madrugada
sou
como tu
embriagado pelas luzes do
extinguido habitáculo de nylon,
Como tu
uma árvore em silencio no
recreio da velha escola
sentamo-nos? Podíamos
entrelaçar as mãos como fazem as andorinhas
quando
como tu?
Acordam as letras
envenenadas das canções de amor...
Não sou nada
parecendo uma pedra
lançada ao vento
e cai gravemente sobre o
teu peito...
e da ferida... uma
pequena rosa sobrevive aos teus lamentos,
(Como tu
refugiada em palavras
mortas)
E insignificantes
espelhos da eira triste
dançando como as
bailarinas das fotografias suspensas no gesso alicerçado às mãos de um inocente
homem com barba branca
dançamos?
(mórbidas borboletas de
veludo
voando)
Nunca mais regressarei
aos teus abraços braços
porque agora sou um barco
sem leme rumo ou velas
sem motor marinheiro ou
perfume teu dentro de mim
caminharei sobre os
cedros apodrecidos de uma lápide significando a minha ausência
nunca
regressarei ao porto de
abrigo
para ser ancorado e
aprisionado a uma corrente enferrujada com sintomas de tuberculose...
Fumamos?
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