Escrevo-te acreditando que as páginas deste livro, um dia, sejam consumidas pelo fogo,
Antes que acorde a noite.
Escrevo-te acreditando que nunca lerás estas páginas,
E até me sinto bem
Em saber que não lês
estas páginas.
Na fúria de um bar, esquecia-me
de adormecer, e quando acordava
A outro dia pertencia o
meu corpo. Sempre foi assim.
Levitar sobre as janelas
de um barco, perceber pelo olhar que este barco
De brincar,
Pertence aos bonecos da
minha infância.
O mar puxava-me e eu ia
no seu olhar. Um livro escrito por mim, morre ao som do
Silêncio. A espada
crava-se no dorso, grita pela madrugada
E dias depois,
É apenas um punhado de
sangue sobre a clareira.
Até que vinha um pássaro
e me segredava
Que depois da alvorada,
Um lírio iria sorrir para
mim…
Era a minha mãe!
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