antigamente
sentavas-te ao meu lado
e contavas-me uma estória
antigamente
escrevias-me um poema
antes de adormecer
antigamente ouvia a tua
voz
nos umbrais da solidão
quando batiam à porta
e ninguém
e ninguém para te receber
antigamente
os pássaros eram azuis
e as nuvens encarnadas
e as flores
antigamente
e as flores usavam
brincos
e gargantilhas às cores
antigamente ouvia a tua
voz
ouvia a tua voz
disfarçada de manhã
vestida de transeunte
apressado
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