As cordas do amor
que sustentam o teu corpo
em delírio
das cordas do amor
onde se vertem os pingos
de saliva
dos cortinados em desejo
há uma janela mergulhada
no prazer
que absorve todos os
corpos da noite
há
há a noite de constantes
alicerces nos teus braços
há
há janelas nos teus olhos
das cordas do amor
todos os corpos da noite
vai
vai a noite em ácido
morrer no aço inoxidável
da morte
e há um rio
suspenso no teu pescoço
doirado
verte-se a manhã num copo
de uísque
e no entanto
o teu corpo em cio
desaparece entre as
cordas do amor
e os cortinados em desejo
e há um rio
e há um rio no teu corpo
em cio
que a noite constrói em
milímetros pedaços de papel
e há
e há palavras em gemidos
nos lábios da maré
e há um rio
e o teu corpo
mergulhado em cio
ao pequeno-almoço
e há
palavras que gemem
e há um rio
com o teu corpo
nas palavras que gemem
das bocas loucas
da madrugada
um pequeno-almoço em
pausa no copo de uísque da manhã...
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