sexta-feira, 6 de setembro de 2024

abríamos a janela, e entrava em nós o tejo. e cada cacilheiro de espuma, era uma manhã em frente ao mar. gostava de ti, muito, como gostava do teu jeitinho de conversares comigo; lembro-me: comecei a falar contigo por causa de um livro. tu, estavas a lê-lo, eu, tinha terminado de o ler.

e o destino lançou-nos em conversas submersas num jardim de memórias, de onde se via a senhora da cunha.

 

abríamos a janela e o cheiro intenso do rio, e pertinho de nós, o centro cultural de belém, e do nada

ofereces-me um livro sobre o mar,

em inglês. o meu mar.

 

e hoje apenas precisava da tua paciência para me ouvires.

apenas, ouvires-me, logo que seja noite.

 

éramos tão felizes!

junto ao tejo.

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