Desapareceram as escadas
de acesso à noite
fugiram todos os papeis
e todos os livros
na parede do quarto
a janela transformou-se
em azevinho
com pássaros suspensos
nos seus braços
e palavras que voam
dentro das asas
(uma sílaba estonteada
procura-me no caixote do
lixo)
e uma mimosa em flor
cresce nos meus olhos sem
cor
sem desenhos para pintar
sem palavras para
assassinar
sou o quê EU?
uma sílaba estonteada
procura-me no caixote do
lixo
onde restos de sémen
e pingos de seda
se escondem no azevinho
(pássaros suspensos nos
seus braços
e palavras que voam
dentro das asas)
ao cair da tarde.
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