quarta-feira, 25 de setembro de 2024

A cidade dos cadáveres em pedras frias

 

Existiam sorrisos de dor

nas tuas palavras

pequeníssimos beijos de luz

na madrugada sem destino

o eu ausente

caminhando sobre o mar em flor

em menino

o amor

que a chuva sente

nas tardes de Outubro

o poema transforma-se em pedacinhos de xisto

e mel poisado nos lábios da amêndoa,

 

Procuro a cidade

dentro da algibeira dos cadáveres quando dormem sossegadamente

nas pedras frias do destino

a cidade cresce dentro das ruas sem saída

que o rio engole das janelas da manhã enfeitada com fios de papel,

 

Oiço vagarosamente os sorrisos de dor

nas tuas palavras,

 

e uma corda de sono

entrelaça-se nas minhas mãos esquecidas nas árvores do inverno

cai a noite sobre nós

e descem as estrelas até aos teus olhos de luar.

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