Deixar
fluir o silêncio
dentro
da câmara escura do medo
cerrar
as janelas com os cortinados de solidão
e
das paredes pendurados corações
sonâmbulos
os homens
quando
vão para a guerra do amor
moribundas
palavras de cansaço
das
tardes tuas mãos em cetim
comboios
de esperma
as
tuas simples palavras de ausência
debaixo
do mar
a
sandália de infinitos perfumes de rosa purpura
deixar
de acreditar no velho mar
e
fluir o silêncio
das
palavras em delírio desejo
o
medo das sombras
tuas
mãos em cetim semeiam na aurora crepuscular
o
medo
das
paredes prensadas em papel e cartão e carne teu peito
das
amoras com açúcar e leite
das
paredes prensadas
os
cones de cinza com o sabor a incenso
onde
ninguém te conhece
ou
deseja
ou
espera antes de terminar o dia
numa
cama de pensão
no
sótão da insónia
(deixar
de acreditar no velho mar
e
fluir o silêncio
das
palavras em delírio desejo).
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