sinto-me só
capaz de enfiar uma bala na cabeça
sinto-me só
neste labirinto sem sentido
dentro desta equação não resolúvel
e tão fria
como a água da ribeira
ou a luz do dia
sinto-me só
a cada manhã acordado
acordo muito cedo, muito cansado
muito teimosamente arrependido
de ter acordado,
só
muito só
dentro deste labirinto sem sentido
sinto-me só
só sem ninguém
e nem uma alma penada
poisa na minha mão
e me diga
o quanto eu estou enganado
o quanto por mim sofre a madrugada
só
muito só neste silêncio enforcado
sinto-me só
muito só nesta ruela sem saída
nesta ruela sem casas
sem crianças a brincar
sem papagaios em papel
só,
muito só.
em frente ao mar…
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