Sento-me numa esplanada, bebo
dois cafés, e saboreio a avenida em silêncio
Trago um livro comigo, o
bebedor de horizontes, Mia Couto, abro-o e leio-o.
Sou levado para a minha
África de infância. Vejo o meu pai a pegar-me na mão e a levar-me a ver os
barcos ao porto de Luanda,
Muito pequeno, eu,
colocava as mãozinhas nos bolsos dos calções, com a cabeça a quarenta e cinco
graus, e em bicos de pés
Deliciava-me com todos
aqueles monstros; os barcos.
Hoje sou apaixonado por
barcos e pelo mar.
Dois amigos invisíveis
sentam-se na minha mesa. Pergunto-lhes como estão
Que estão bem, graças a
deus
E pouco tempo depois,
Levantam-se e desaparecem
na alvorada dos plátanos verdejantes.
Distraio-me um pouco…
Olho a empregada,
levanto-me e vou embora…
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