domingo, 4 de agosto de 2024

Sento-me numa esplanada, bebo dois cafés, e saboreio a avenida em silêncio

Trago um livro comigo, o bebedor de horizontes, Mia Couto, abro-o e leio-o.

Sou levado para a minha África de infância. Vejo o meu pai a pegar-me na mão e a levar-me a ver os barcos ao porto de Luanda,

Muito pequeno, eu, colocava as mãozinhas nos bolsos dos calções, com a cabeça a quarenta e cinco graus, e em bicos de pés

Deliciava-me com todos aqueles monstros; os barcos.

Hoje sou apaixonado por barcos e pelo mar.

Dois amigos invisíveis sentam-se na minha mesa. Pergunto-lhes como estão

Que estão bem, graças a deus

E pouco tempo depois,

Levantam-se e desaparecem na alvorada dos plátanos verdejantes.

Distraio-me um pouco…

Olho a empregada, levanto-me e vou embora…


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