quarta-feira, 24 de julho de 2024

 

Procuro-te nas águas sintéticas do silêncio, e duvido, se te encontrarei, algum dia. O sol derrete os teus seios de insónia; desenho-os e acaricio-os, imagino-te numa cama de minerais acesos, à janela do quarto, se o teu quarto tem janela, está a lívida madrugada, aos poucos, ergue-se e masturba-se contra o cortinado.

O teu corpo é um desejo de luz, à mercê dos meus dedos. O teu corpo não é o teu corpo, o teu corpo, para mim, é um sonho impossível,

Uma mão que a noite lança contra o luar, coloca-a no sexo até conseguir na fímbria de um espelho, o orgasmo.

Tu és poema. És o poema mais lindo que eu já li, no entanto, o teu corpo é uma lâmina de medo: o medo.

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